Durante sessão realizada nesta terça-feira (13), na Câmara Municipal de Boa Vista, o vereador Marcelo Nunes (PDT), aliado do Governo de Roraima e opositor da gestão do prefeito Arthur Henrique (MDB), usou seu tempo de fala para criticar a realização do Boa Vista Junina, a preparação da “maior paçoca do mundo” e a contratação de uma artista de renome nacional para a festa.
As críticas, no entanto, foram amplamente rebatidas por parlamentares presentes — inclusive por nomes tradicionalmente alinhados à oposição municipal. O evento, considerado o maior arraial da Amazônia, será realizado entre os dias 3 e 8 de junho na Praça Fábio Marques Paracat e é reconhecido por seu impacto positivo na economia da capital.
A primeira a responder com veemência foi a vereadora Carol Dantas, empresária e defensora do setor cultural e comercial local. Em sua fala, destacou o papel do evento na geração de emprego e renda:
“Estamos falando de fomento à economia, de empregos. Na última semana, me reuni com mais de 70 ambulantes que irão trabalhar nas noites do Arraial, garantindo uma renda extra por até três ou quatro meses. O Arraial não é ‘pão e circo’; é investimento direto em famílias trabalhadoras — costureiras, músicos, comerciantes e muitos outros setores são diretamente beneficiados”, afirmou.
O líder do Executivo na Câmara, vereador Bruno Perez, também saiu em defesa da festa, sublinhando os benefícios socioeconômicos que o evento proporciona:
“O Boa Vista Junina é cultura, mas também é desenvolvimento econômico. São dezenas de bandas e artistas locais recebendo cachês, trabalhadores informais como vendedores ambulantes e profissionais do setor de transporte e hotelaria sendo beneficiados. Precisamos reconhecer a importância desse investimento”, afirmou.
Perez também criticou o tom adotado por membros da oposição ao tratarem de temas com impacto direto na vida da população:
“Não podemos usar esta tribuna para distorcer fatos ou fazer discursos populistas. Temos a responsabilidade de informar e esclarecer, não confundir. O papel de um vereador é ser ponte entre a população e o poder público”, concluiu.
Até mesmo a vereadora Aline Resende, que mantém diálogo com setores opositores à gestão de Arthur Henrique, manifestou apoio à realização do evento e cobrou mais responsabilidade por parte dos colegas de oposição ao ocuparem a tribuna.
Outros parlamentares, como Adjalma, Adnan e Daniel Mangabeira também se posicionaram favoravelmente à continuidade do investimento público na área cultural, destacando os retornos positivos para a cidade em termos de movimentação econômica, fortalecimento da identidade local e inclusão social.
O episódio evidenciou o isolamento político do vereador Marcelo Nunes em relação ao tema e indicou uma rara convergência entre diferentes grupos da Câmara em torno de um evento tradicional e consolidado no calendário cultural de Boa Vista. Até mesmo o vereador Ítalo Otávio, crítico à gestão por estar alinhado com o Governo de Roraima, se manteve em silêncio sobre o assunto.
Foto: Wenderson Cabral/Folha BV)