A denúncia feita pelo deputado estadual Sampaio, presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), de que Cecília Lorenzon, ex-secretária de Saúde do estado (Sesau), estaria envolvida em cobrança de propina de empresários explodiu como uma bomba no colo do governador Antônio Denarium (PP).

O temor mais profundo do grupo governista, conforme fontes internas do próprio Palácio, era que, além da instauração de uma nova CPI, houvesse o desencadeamento de operações policiais contra Cecília e a Secretaria de Saúde caso ela permanecesse no comando da pasta.

No entanto, ao decidir afastá-la, o governador Denarium não apenas valida a gravidade da denúncia apresentada por Sampaio, mas também revela uma postura de vulnerabilidade diante da possibilidade de uma maior exposição da sua principal e mais influente secretária de Estado.

Essa ação sugere ainda que o governador teme, e muito, novas operações policiais; uma nova CPI e uma possível delação premiada de servidores, gestores e da própria secretária caso o cerco seja fechado com uma mega operação policial que pode ocorrer a qualquer momento.

Fato é que, se Cecília não cobrasse propina de empresários, o governador pouco se importaria com a denúncia e a manteria no comando da Sesau, como assim já fez em outras situações de crise. Esse ato expõe a verdadeira dinâmica do governo: que a política local não é guiada pela busca de justiça, moralidade ou bem estar da população, mas pela gestão dos riscos políticos.

No final da tarde dessa terça-feira, 25, Cecília recuou mais uma vez, agora tornando público um documento onde informava sua renúncia ao cargo de Membro Conselheira do Conselho de Administração da Companhia Energética de Roraima (CERR)l, outro pedido partido por parlamentares.

Resta saber se os deputados, principalmente Sampaio, já entregaram as provas de suas denúncias ao Ministério Público para que possam investigar possíveis crimes cometidos pela gestão Cecília/Denarium.