Sem dúvidas, o Bosque dos Papagaios é um dos lugares mais agradáveis da cidade para visitar, conhecer e estar próximo de uma área preservada da natureza. E hoje, 14 de março – Dia Nacional dos Animais –, é importante fazer menção a esse que é considerado um verdadeiro santuário dedicado à preservação mais de 50 espécies de aves e mamíferos da fauna amazônica.
O espaço é compreendido por 12 hectares de área verde em meio a área urbana da cidade. E além das muitas espécies livres presentes, há também alguns pequenos seres que tiveram sua liberdade ameaçada, fruto do tráfico ilegal de animais, criação em cativeiro ou simplesmente por terem sofrido algum tipo de acidente.
Assim, o bosque representa uma segunda chance a esses animais, onde ali são tratados e mantidos com todo o cuidado que uma vida merece. Inclusive, no local há um ambulatório médico-veterinário com profissionais capacitados para ofertar o tratamento adequado. Ao todo, vivem nos mantenedores 14 espécies de animais, sendo a maioria aves como araras, papagaios e tucanos, além de uma cutia e uma capivara.
Após quarentena no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), são registrados em um cadastro nacional de animais silvestres e então encaminhados aos dois centros de manutenção da cidade: o Bosque dos Papagaios e o 7º Batalhão de Infantaria de Selva (7º BIS).
A partir de então, é que se inicia o processo de recuperação dos bichinhos para que possivelmente retornem à natureza. “Nenhum animal presente no bosque é oriundo de fauna exótica. Todos são da fauna local, que chegam ao mantenedor porque foram traficados, agredidos ou que são criados em cativeiro e então entregues voluntariamente. Aqui eles têm uma sobrevida, onde irão viver com todos os cuidados necessários”, explica o veterinário Rodrigo Brasil.
A natureza ensina
No bosque, há exemplos importantes que vão desde superação até a tolerância com o diferente. Um bom exemplo que ficou bastante conhecido é da amizade entre uma ararinha e uma capivara, que estabeleceram um forte laço de companheirismo e respeito mútuo. Isso porque a arara, por ser cega e não conseguir voar, tem na capivara sua guia em todo o ambiente.
“Uma cuida da outra, principalmente a ararinha, que até não deixa que ninguém se aproxime da amiga capivara. É uma relação muito forte, que mostra que é possível a relação entre pessoas diferentes. A natureza tem muito a nos ensinar”, ressaltou Rodrigo.
Cuidados e recomendações
O Bosque é aberto ao público de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 18h. e aos sábados e domingos, das 14h às 18h. É possível também agendar visitas guiadas em grupo, sendo necessário entrar em contato com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA).
No entanto, algumas recomendações devem ser seguidas, tendo em vista a segurança e o bem estar dos animais. Por exemplo, levar outros animais, mesmo os domésticos, não é permitido. Os visitantes também não devem alimentar os animais, pois isso traz sérios transtornos.
“A alimentação que oferecemos aos animais, apesar de ser artificial em relação ao que tem disponível para eles na natureza, reproduz exatamente suas necessidades nutricionais. Então, tudo é feito com muito cuidado, inclusive com horários exatos e o tipo de comida utilizado. Por isso, por mais que haja boa vontade do visitante em proporcionar uma alegria a mais aos bichinhos, alimentar os animais deve ser evitado”, destaca Rodrigo.
Além disso, piqueniques ao longo da área do bosque também não são permitidos, visando a limpeza e a conservação do ambiente. “Nem todas as pessoas têm o cuidado de recolher adequadamente o seu lixo que é consumido. Então, para evitar que o espaço sofra, tomamos essa atitude em não permitir”, complementa.
Apesar disso, Rodrigo destaca que o bosque é um lugar de aprendizado sobre a natureza, onde através desse turismo ecológico, a população pode aprender bastante sobre como as ações humanas interferem na natureza e como é de extrema necessidade que haja uma conscientização sobre o trato ao meio ambiente.
“Esse lugar é para reconhecermos que a gente ultrapassa limite entre nossa vida e a vida silvestre e que a gente precisa equilibrar isso de uma maneira de evolução e educação, de compreensão de limite para evitar justamente isso aqui, que é uma sobrevida àqueles que não têm mais vida livre”.