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Internautas relatam mortes, negligência, histórias arrepiantes e desumanas na maternidade de lona do Governo

A maternidade improvisada do Governo de Roraima, construída com estrutura de ferro e cobertura de lona, continua a registrar vítimas, evidenciando seus problemas recorrentes após três anos de funcionamento. Sob responsabilidade do governador Antônio Denarium, que já acumula três cassações por irregularidades eleitorais, a unidade continua a gerar críticas na imprensa, nas redes sociais e sociedade em geral.

Nesta sexta-feira, 21, circulou nos grupos de WhatsApp outro vídeo de uma paciente sofrendo com a falta de médicos na maternidade. Nívia da Silva sofre com fortes dores na espera de atendimento na unidade. De acordo com informações do portal Roraima em Tempo, a acompanhante da paciente, que preferiu não ser identificada, chegou na maternidade na tarde de quinta-feira, dia 20. Contudo, a equipe não a levou para o leito e a mulher permanece em uma cadeira tendo fortes dores em razão das contrações. Além disso, apenas enfermeiras estão dando assistência a Nívia, denuncia.

“Ela está sentindo muitas dores e está até vomitando. Só vem fazer o toque nela e dizem ‘Ah, é normal você está entrando em trabalho de parto, pois é o primeiro filho’. Só que os enfermeiros também dizem que não tem médicos para avaliar ou então passar uma ultrassom e escutar o coração do bebê”, explicou.

A ex-prefeita de Boa Vista, Teresa Surita, por exemplo, usou as redes sociais nesta sexta-feira, 21, para repercutir alguns depoimentos chocantes de pacientes que passaram por momentos de trauma enquanto estiveram internadas na única maternidade de lona do Brasil.

“Passei vários dias aí (maternidade), passei situações horríveis e acabei voltando para casa sem meus filhos nos braços, inclusive hoje, dia 20 de junho, completa 1 ano que enterrei meus filhos. Não tem dor maior na vida. Perdi meu casal de gêmeos aí, filhos amados e tão esperados”, escreveu Figueiredos.

Outra vítima da negligência e falta de gestão do governo na maternidade, escreveu. “É triste, eu tava internada lá com minha nenê quando ela nasceu. E só via eles passando com os bebês mortos enrolados em sacos preto e as mães chorando atrás”, denunciou.

Um entre as centenas de depoimentos aterrorizantes , Andressa Viera relata que passou 10 dias na maternidade com a filha e a mandaram embora com 39 graus de febre. “Nos mandaram embora, ela chegou em casa com 39 de febre, só chegamos e retornamos pra lá e ela estava com uma infecção. Deixaram uma gaze dentro de mim, sinceramente, traumático. Um parto difícil e um pós extremamente traumático e estressante. Foram 10 dias de medo e desespero naquele lugar, as baratas andavam em cima da gente”, afirmou.

Um médico que conversou com o Portal Macuxirr sobre a situação da maternidade afirmou que os médicos e outros profissionais trabalham em um local insalubre, que não garante o conforto ao profissional, não é um local adequado para os tipos de serviços que oferece, tampouco para se receber uma criança com 100% de segurança. De acordo com o profissional que preferiu não se identificar, é estressante e cansativo atuar em um local improvisado.

Já Teresa Surita, nas redes sociais, escreveu. “Uma oportunidade e nós mostraremos com coração, dedicação e trabalho que uma Roraima melhor pode nascer! A situação de Roraima pode sim melhorar. A maternidade pode sim ser referência em humanização e estrutura. Existe solução”.

Veja depoimentos: 

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Jornalista Caíque Silva | Contato: 95-99121-2251 | E-mail: portalmacuxirr@gmail.com

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